Matéria sobre o tratamento para a libertação das drogas através da Ibogaína. Confira:
Substância inibe a
dependência química em apenas cinco dias, diz pesquisa:
Derivada da raiz de uma planta africana chamada "Iboga", a
ibogaína está sendo amplamente utilizada no tratamento de dependência química
e, segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), a eficácia do uso da substância foi positiva em 72% dos pacientes
que participaram do estudo.
Descoberta no ano de 1962, a ibogaína provoca a produção do hormônio
GDNF, que estimula a criação de conexões neuronais, ajudando os dependentes
químicos a perderem a vontade de usar drogas. "O princípio ativo, que é
metabolizado no fígado, recupera a capacidade do cérebro de produzir elementos
químicos que ele havia deixado de produzir, por conta do uso das drogas",
afirmou o naturopata Dr. Rogério Souza.
Com alguns efeitos colaterais, a substância, apesar de causa estranheza
à princípio, "não vicia, não faz mal e só possui contraindicações para
pacientes cardíacos, grávidas ou esquizofrênicos", disse o Doutor. O
reequilíbro do cérebro promove um bem-estar físico e mental, levando o paciente
a ficar mais consciente de si mesmo, facilitando também o processo do
terapeuta.
O IBTA (Instituto Brasileiro de Terapias) realizou uma pesquisa com seus
dois mil pacientes, no período de um ano. Desses, mais de 80% se livraram da
dependência química e se dizem completamente curados do vício. "Eu estava
em estado crítico, roubando e me prostituindo por conta das drogas já há mais
de dez anos, quando um amigo meu me indicou o tratamento com a ibogaína. Fui
para a clínica em março de 2014, fiquei lá por cinco dias e, desde então, nunca
mais tive necessidade de usar entorpecentes", disse Tamires de Oliveira,
de 29 anos e ex dependente química.
O tratamento consiste em cinco doses da substância, atreladas ao
atendimento com um terapeuta para trabalhar o lado psicológico da pessoa.
"Foi muito estranho e surpreendente. No primeiro dia do tratamento, é uma
dose de teste, para ver como o nosso organismo reage à substância. No segundo
dia a dose é bem mais forte e monitorada por médicos. Já no terceiro, eu
acordei me sentindo muito bem, sem nenhuma vontade de voltar àquela vida",
afirmou Tamires.
Apesar de ser um tratamento aparentemente bastante eficaz, ainda é pouco
conhecido devido às relações entre o governo e a economia do país. De acordo
com um relatório publicado em junho pelo Escritório de Drogas e Crimes da
Organização das Nações Unidas (UNODC), o Brasil é o maior centro de
distribuição de cocaína do mundo, o que ajuda a aquecer a economia do país.
"Os interesses políticos e econômicos não permitem que os resultados da
ibogaína caiam 'na boca do povo'. Os dependentes químicos trazem muito dinheiro
para o país, incentivando cada vez mais o tráfico de drogas. É aquela história
toda de que é mais interessante 'remediar o problema, do que saná-lo de uma vez
por todas", concluiu o especialista.
Fonte: RedeTv Notícias
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